Publicado por: Rafael Braga | 25/10/2012

De repente 30


Normalmente, a noção de tempo é o diferencial em uma passagem curta por um lugar que amamos.

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De acordo com a velocidade que o tempo escorre por nossos dedos e retinas, nossa percepção é alterada. Quanto mais avançamos no tempo, mais ligeiro são os dias e menos quentes são as noites.

Quando criança, um ano demorava uns 5 para acabar. Hoje, aos 30, um ano dura em média uns 5 meses e meio. E vai nesse ritmo até aos 60. Após romper a barreira do meio século , parece que a percepção progressivamente volta ao original.

A cada dia que passa os minutos correm de mim como quem foge de um predador. Observo o dia com olhos de quem chegará em breve na metade da vida. Ou no fim, vai saber. Se a única certeza da vida é a morte, que nosso passeio seja eterno enquanto dure.

Já sinto falta do tempo que não volta e saudade do que ainda está por vir.

Os primeiros 30 já foram.
Que venham mais 7 dezenas desse tal de ano.

Obrigado queridas almas que me acompanharam nessa primeira parte do passeio. Vamos seguir juntos nessa rota chamada vida. Obrigado, meus amados filhos, por me escolherem nesse passeio terráqueo.

E vc, raro leitor, lembre-se. Sua vida é tão curta quanto uma caminhada matinal. Viva com força e sem rédeas. Viva sem antolhos.

Abra seus olhos para o imperceptível.

Observe o tempo como algo inacabável e ruirá. Pense que é inatingível e enlouquecerá. Apreenda e não o aprisione. Ele infla com elasticidade eterna.

Dome o tempo. Seja um fim de semana com a família. Uma noitada com os amigos. Um sexo com alguém que deseja “antropofagamente”. Uma boa leitura. Uma bebida rara. O primeiro beijo. O segundo ato. A terceira intenção. Desdobre a noção. Paralise. Recomece.

Atreva-se.
Prolongue a estadia.
Encurte os problemas.
Avance.
Cultive amores.
Colecione e admire.

Um brinde aos 30.
Passou ligeiro.
Que venham os 90.


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